Mulheres negras se movem como as águas,
Nascemos alforriadas,
Meus quadris carregam histórias,
Meu andar manifesta histórias.
Sou uma mulher liberta,
Não me diga o que vestir,
Nem o que falar,
Muito menos o que pensar,
Como meu cabelo pentear,
O que devo modificar ao olhar no espelho.
Quando aqui cheguei,
Minha história já estava escrita
Porque não nascemos apenas, renascemos nos descendentes
Escrevo, canto, pareço guerreira,
Mas, sou resiliente, forte, resistente.
Se sei de onde venho,
Lidero o caminho,
Enfrento os repressores
Que desdenham do meu eu,
Pois estranham que mesmo abaixo do sistema,
Que oprime a mim e os meus,
Temos estratégias e mecanismos suficientes
Que nos traz alívio suficiente, para dar uma boa gargalhada.
2/02/2025
Ana Paula Febatis, pesquisadora, professora, historiadora, ativista social.